O Hermético
E contra a morte inocente,
deixemos de andar de pés medrosos.
Deixemos, enfim, de andar
sozinhos.
Enquanto corre a corte aérea de silêncios,
teu hábito insistente,
deixe-o.
encerra: senil: espera.
Ruas perdidas de pedras,
um vagar cansado de cantos marítimos...
jazia estuporado
o inverno destes dentes, imantado
por tragos salivados de idéias,
e poucos são os sintomas.
Uivará de súbito fim
No ar, o semblante das estrelas
vogava as leituras de hawking,
o quão desmembrado era o céu
e os meus órgãos, os partos nocivos
de questões...
Tudo resolveria o objeto da humanidade
se a voz satírica dos anjos
recobrassem a memória,
um beijo de letras.
A era maldita dos cordados
desde a obra criacionista!
Oh, vazão de idéias!
Estão em óbito todos
os que de cãibras criativas se retiraram.
Estão evocados nas vértebras
dos literatas, os homens gráficos.
Passavam pelas divisas
os córregos d'outras lápides
Brotando dos cobertores
os sonhos divorciados
Passavam destros desnudos
novos périplos de cólicas
químicas. Lábios vazios
exumando os ventos sólidos
Certo de um barulho, um aviso,
um barulho de paredes surdas,
como um baque longo de ouvidos gulosos.
As ruas estão molhadas
de pensamentos e não os ouvimos
e somos gulosos... é o que ouvimos,
barulhos de paredes surdas, somos surdos.
a abóbada por estrelas mutilada,
um ar analgésico, bem que via
a multidão de anos segmentados
por luzes.
As idéias policiavam-me:
Os trajetos de cones luminosos
e a casa,especialmente, dormia.
Variam as precisões dos pulsos de nêutrons,
e as idéias variam,
a casa dorme, eu durmo
e as precisões do tempo e da casa
são temas dignos da noite.
Verão no hemisfério sul, discussões
últimas de um desejo,
lágrimas pulsantes.
O dia, cansado, observa a moldura de um beijo adolescente.
Observo o meu beijo desnudo nas palavras e anoiteço.