INFÃNCIA
INFÃNCIA
Sinto-me mergulhar num poço de saudade,
e sem luta me entrego a essa angústia sem nome,
a esse louco buscar que toda me consome,
de querer reviver um passado, uma idade...
Oh fugaz esperança! A dura realidade
sem deter meu pensar ou decisões que eu tome,
do desejo esquecer, não me reduz a fome
de outra vez conviver com a simplicidade
de uma vida feliz, sem cuidados: a infância,
seus jogos pueris, seus cânticos, labores
tão fáceis de cumprir; a mágica abundância
de cuidados, carinhos, os paternais louvores,
o materno afagar de perene constância,
singelo verdejar sem penas e clamores!