SINAIS
Há uma ruga no canto de meus olhos
Que só aparece quando sorrindo
Ela me diz do tempo indo
Passando por mim
A despeito de minha vontade.
Há uma marca no canto do meu sorriso
Que só aparece quando sorrindo
Ela me diz do tempo findo
Seguindo adiante
A despeito de meu querer
Há uns riscos no centro de minha testa
Que só aparecem quando raivosa
Eles me dizem do tempo perdido
Desperdiço de vida
A despeito de meu entender
Porque tantas marcas no meu rosto?
O que elas representam?
O que elas me ensinam?
Essa capa que me veste
reveste
também me envelhece
Mas na minha alma
não há rugas
Nem marcas
Nem riscos
Há tão somente levezas
Juventude
Bem viver
Porque o tempo não marca minh’alma?
Por que a alma não envelhece
E nem agrega infortúnios
Ela sorri de meus erros
E aplaude meus acertos
Ela é minha essência
Cuidarei dela sem maquiagens.
A cada dia sou mais bonita por dentro
A despeito da aparência.