A cada compasso
A cada compasso de dança
Guarda-se a esperança
De sobreviver
A tempo da roda humana
Acabar sua valsa.
Não há motivos, não há
Soluções cabíveis,
Dentro da cantiga da
Mesmice!
Há sempre um alvo
Uma seta para desmoronar
E esvaziar o existir.
A bordo de um barco
Naufragado,
Nas ilhas recheadas de
Flagelos vazios...
A gélida água queimando...
Luzes refletidas nos
Marejados olhos,
Gotículas resvalam pela face
Submersa na negritude do
Momento.
Nem um “viratempo” suportaria
À velocidade dos ventos.
Isolada neste contraste
Da vida; afastada...
Xeques- Mates,
Um seguido do outro,
Vencendo-me.
Devastadores dias, devastadoras
Noites.
Dores externas; internas.
Fatigados de tanta
Hipocrisia,
Assim transcorrem os
Dias.
Camila de Bairros.
2008.