Inutilidades

Inútil andar amparado,

E viver aprisionado.

Inútil correr a viver,

E angustiado morrer.

Inútil questionar,

Sem nunca perguntar.

Inútil vir a amar,

Sem nunca ter odiado.

Inútil ter acordado,

E jamais ter sonhado.

Inútil ter nascido,

Para não ser preciso.

Inútil trabalhar,

Para o tempo passar.

Inútil ser indulgente,

E cair no esquecimento.

Inútil o quotidiano,

Fugaz e boçal.

Inútil ter ganho a batalha,

Sem altruísmo na partilha.

Inútil a conversa fiada,

Sem uma face encarada.

Inútil um réquiem,

A uma alma finada.

Lx, 24-4-2008

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 23/06/2014
Código do texto: T4856038
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