A Descrição do Ser.

Não sou Ninguém.

Muito menos deveria ser.

Sou apenas o meu nome.

Sua significação.

Imaginária extemporaneamente.

Isso devido à nominalidade.

Não ter existência.

Tem somente morfologia.

Ou perpendicularidade.

A existência que tenho.

Está exaurindo.

Perdendo seu substrato.

Motivo pelo qual.

Sou ausência da sua autenticidade.

Indelevelmente.

Quando se perde a primazia.

Termina-se a falsa ontologia.

Quando se aflora.

As necessidades das ilusões.

Vive-se então o próprio delírio.

Como penso ser tudo litígio.

Entendo-me sendo apenas.

Uma inexaurível fantasia.

Normal à ignorância.

Escrevo por escrever.

Porque não encontro ninguém.

Para comunicar tais fatos.

Inexequíveis.

A vida é a piedade das compaixões.

Das ideologias divinamente servis.

Como se a natureza.

Tivesse alguma culpa grandevo.

Ela funciona do mesmo modo.

Igual à lógica de qualquer ser.

A grande questão a ausência.

De fundamentos.

O que há é idiossincrasia.

Razão pela qual.

Ela é toda errada e certa.

Ao mesmo tempo.

O correto é errado.

Desse modo é certo.

A natureza não consegue.

Privilegiar nada.

O ser humano é e não poder ser.

O que de fato representa.

Sua essencialidade.

O mundo é um brinquedo cheio.

De prazer é dor.

Não sou.

Nem mesmo a fantasia.

Da minha imaginação.

A única coisa que tenho é a loucura.

Apresentada em forma de sabedoria.

Exício a si mesma.

Mas sei que o privilégio.

Não é a sua ponderação.

Sendo a vontade imaginativa.

O mundo representa o que deve ser.

Inexaurivelmente negado.

Nas ondulações.

Do tempo.

E do vento.

Dos sóis.

E das pedras.

Do infinito coberto.

Pela exorável sonolência.

Do silêncio.

Quanto a mim.

O meu nome.

Apenas ele.

Além da sua existência.

O cognitivo do meu pensamento.

Até as suas formulações.

Nega-me de todas as formas.

Sendo sempre as mesmas proposições.

Tendo ou não vontade.

A definição da ausência.

Peremptoriedade da distância.

A existência da realidade.

Sou o que sou.

Não sendo perfunctoriamente nada.

Até mesmo o que escrevo.

Por melhor que seja.

Não tem sentido para o futuro.

Negado no presente.

Na essencialidade dos ditames.

Autor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/06/2014
Código do texto: T4850293
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