O engaste

O mapa do tempo nos mostra o macete,

Que nenhum acharia, no mais, sozinho;

Tem horas que uvas verdes são banquete,

Mas, um dia nos falta o sabor do vinho...

Primeiro nosso impulso brada: tô nem aí!

Nosso troante Grito do Ipiranga, enfim;

Mas, quando nossa sinfonia se toca , em si,

descobrimos que estar aí, não é tão ruim...

pudéssemos apagaríamos marcas da mão,

que agiu sem cuidado como mero infante;

tá certo que jogamos fora um reles carvão,

mas, o tempo tomou e forjou um diamante...

impulso é um biombo que às vezes esconde,

como se fosse um erro, nossa certa pessoa

chamaríamos hoje, se possível, o James Bond,

pra resgatar pra nós, a perdida joia da Coroa...

Mas, ele se ocupa de outra missão no Cairo,

Caçando alguma relíquia, da tumba de Faraó;

Lembrando os desacertos tem horas que pairo,

a sinfonia em si, muda um tom, e ouço em dó...

O verde da relva enverdeçe com solo e água,

Juntemos isso e viçoso vergel, logo medra;

Esperança dá com menos, seu verde é uma praga,

Dessa que pendem no muro, sem água, na pedra...

O amor é qual burro teimoso, quando se espalda

Nem tente cambiar seu assento, melhor, desista;

Se fez em seu dedo engaste pra uma esmeralda,

Perderá o tempo que trouxer violeta ou ametista...