A REALIDADE DO POETA
Talvez, se eu parasse de escrever,
Alguém iria perceber
Toda a validade da cultura que tenho.
Talvez, se eu não escrevesse,
Alguém tocasse em mim,
Admirasse o festim,
De escritos nas estrelas
Que poetas sem valor
Fizeram com amor
E são gloriosos por isso...
Talvez, como venho colocando,
A grande alegria do poeta
Dá-se após a sua morte,
Pois é a partir daí
Que ele vive na memória do povo.
Morrer de escrever,
O poeta morre,
Pois nenhum vive da poesia,
Já que ela só é vivida
Após a morte de seu autor.
Poeta vivo não presta,
Poeta morto é o que resta
Para uma sociedade
Que não admite poetas.
Poesia publicada em meu primeiro livro em 1992 intitulado por “REFÚGIO”.