A REALIDADE DO POETA

Talvez, se eu parasse de escrever,

Alguém iria perceber

Toda a validade da cultura que tenho.

Talvez, se eu não escrevesse,

Alguém tocasse em mim,

Admirasse o festim,

De escritos nas estrelas

Que poetas sem valor

Fizeram com amor

E são gloriosos por isso...

Talvez, como venho colocando,

A grande alegria do poeta

Dá-se após a sua morte,

Pois é a partir daí

Que ele vive na memória do povo.

Morrer de escrever,

O poeta morre,

Pois nenhum vive da poesia,

Já que ela só é vivida

Após a morte de seu autor.

Poeta vivo não presta,

Poeta morto é o que resta

Para uma sociedade

Que não admite poetas.

Poesia publicada em meu primeiro livro em 1992 intitulado por “REFÚGIO”.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 07/06/2014
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