TÚNEIS DE FUGA
O poeta vive só
A contemplar o vazio
Imaginando coisas
Quase sempre absortas
Que vilmente iludam.
O poeta vive só
Sonhando de olhos abertos
Um pouco circunspecto
Irrequieto e fértil
Fugindo da depressão
E ao abandono dando vazão.
O poeta vive só
Não se sabe o porquê
Se é acaso do destino
Se é vontade própria
Ou por puro sortilégio
Só se sabe somente
Que trabalha com a mente
Que dá asas a imaginação
E que ininterruptamente
Túneis de fuga ele cria
Através de suas poesias.