SUTURA DA SEPARAÇÃO

Com você sorvia o tempo aos goles e era longo até o amanhecer

E agora que nos deixamos cada um pro seu lado

Quero bebe-lo secamente de uma talagada só pra te esquecer...

A ferroada é a véspera do melado...

A dor que sinto é trabalho de parto

É ter que trabalhar em dia de feriado

É ser cercado pela escuridão com um palito de fósforo na mão já riscado

Tudo é relativo basta estar vivo e alerta

Hoje é algodão doce

Amanhã pode ser só o seco algodão roçando na ferida aberta...

Acertamos os ponteiros das horas incertas

Hoje flertamos

Mais o sol vai mudando de lugar

Logo mais nos inflamamos

Nos amamos quem diria

E quem diria que a hora é fria e ludibria

Nos enganaria sem a mínima galhardia...

A saudade são olhos fechados

Correndo diligentemente em conserva por dentro da gente

Do pó que a lembrança espalhou restou só a poesia.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/06/2014
Reeditado em 06/06/2014
Código do texto: T4834193
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