SUTURA DA SEPARAÇÃO
Com você sorvia o tempo aos goles e era longo até o amanhecer
E agora que nos deixamos cada um pro seu lado
Quero bebe-lo secamente de uma talagada só pra te esquecer...
A ferroada é a véspera do melado...
A dor que sinto é trabalho de parto
É ter que trabalhar em dia de feriado
É ser cercado pela escuridão com um palito de fósforo na mão já riscado
Tudo é relativo basta estar vivo e alerta
Hoje é algodão doce
Amanhã pode ser só o seco algodão roçando na ferida aberta...
Acertamos os ponteiros das horas incertas
Hoje flertamos
Mais o sol vai mudando de lugar
Logo mais nos inflamamos
Nos amamos quem diria
E quem diria que a hora é fria e ludibria
Nos enganaria sem a mínima galhardia...
A saudade são olhos fechados
Correndo diligentemente em conserva por dentro da gente
Do pó que a lembrança espalhou restou só a poesia.