O Hóspede
Entre,
Sempre sente o sinta
Veja ou seja a sina
E se lhe anima, tente
Coma,
Descanse a sombra, a sobra
Tua fama é tua fome
De nada muda a sobra no prato, na prática
A gula desesperada do homem
Descanse,
Cante um canto, um conto,
Dance um tango sozinho,
E Deslize no azulejo
Sensível ao toque dos desejos que tua mão desenha
Se encante com o reencontro,
E se espante.
Levante,
Liberte as palavras que cortinam sua voz
Seja um pouco de você, seja um pouco de mim
Seja um pouco de nós a sós
Minha porta à parte faz parte
Do destrave, da tarde
Do aceno, dos pôr- dos- sois
Siga
Segure a viga do tempo sobre os ombros
Sublinhe o rascunho dos seus desencontros
E desinteressadamente volte mais pra perto
Pretenda ser de algo correto, mesmo que seja incerto
Mais se insira discreto no sonho de alguém
Alugue um coração e viva bem,
E volte quando quiser sorrir sem ninguém em volta
Pois a volta, só a gente sabe onde acaba
Em exatos dias, minutos, segundos e hora