POETA NÃO APOSENTA

O dia vai sendo empurrado lentamente

Pelos ponteiros do relógio:

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,...

Sobe, desce, desce, sobe,...

O dia hoje está longo,

E meu Espírito lânguido

Sorve cada segundo,

Com o prazer de nada fazer

Em plena Segunda!

Adeus “trabalho forçado”,

Quando não havia Domingo nem feriado!

Hoje, dou as cartas,

Se quiser, folgo nos domingos, nas quartas,...

Eu mereço,

A vida cobrou-me um bom preço,

E ainda hoje pago: como posso!

Sou aposentado do emprego,

Não do trabalho...

Que poeta não aposenta!

E, com a poesia, não falho!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 30/05/2014
Código do texto: T4826216
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