Regada de monotonia

Faço da monotonia inimiga.

Vem silenciosas como a solidão,

por vezes até a solidão é bem vinda

mas a monotonia não.

Penso que não nasci para meu próprio carrasco

mas meu corpo persiste em se amotinar,

meus pensamentos esperançosos desfaço,

a cada tentativa em vão que lanço para me libertar.

Ao menos esta noite

os espíritos da chuva me fazem companhia

aliviando o meu açoite,

embora seja uma tentativa tardia

que deveria trazer purificação.

E o que será que retarda ainda mais que meu ser

que neste mundo cansou de viver

e fica somente a observar a passagem do tempo?

De meus inimigos,

os mais cruéis e repulsivos

são estes internos.

Agora vivo de driblar a loucura

enquanto não encontro uma cura,

para acalmar estes conflitos que parecem eternos.

Letícia Braga
Enviado por Letícia Braga em 29/05/2014
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