Quebrar as algemas da alma
''Um perigo essa loucura
De querer gritar para esvaziar
um peito cheio de angústias
E a procura pelo silêncio
que não se encontra,
virou loucura de um tormento
E em nenhum momento
nos apresentam a paz,
deixando o processo da felicidade lento.
Mas eu tento berrar,
mesmo quando a boca quer calar
pois só assim para aliviar.
E o vento passa,
levando a minha voz
para longe dessa massa.
Massa de medo do mundo,
de gente, de tempo, de tudo
massa que derruba o meu escudo.
Tão complexo isso de berrar e silenciar,
que deixo o tempo apenas me arrastar
e me levar para longe desse mal estar.
E se me calam e prendem
o som de fúria do meu coração,
sussurro meus medos para Deus na oração.
Se me soltarem dessas algemas
que prendem não meus punhos, mas minha alma,
serei livre usando a voz como arma.
Deixe-me em paz, se eu não tiro a sua.
Deixe-me gritar se não te calo nas ruas.
Deixe-me correr se isso me faz viver.
E se eu decidir ser alguém
não interrompa meu querer
se eu fizer por merecer.''