CRUZ
CRUZ
Em meu caminho
carregando minha cruz,
eu sigo em frente
com olhos fixos na luz.
És Tu, Jesus,
que me ajudas a levar
ao meu Calvário,
para me penitenciar.
Deste-me exemplo, ó Grande Mestre,
no entanto, não consigo aprender.
Não tenho vocação para mártir,
para heroína, não sirvo pra modelo.
Virtude não se compra, nem se aluga,
acho que se nasce com.
Não se aprende na escola
e nem por convivência.
E como está pesada a minha cruz!
Se ao menos pudesse me lembrar,
de todo mal que devo ter praticado
noutras vidas, para um fardo tão pesado
ter agora para carregar...
A dor trespassa-me o ser e a alma.
Nos meus olhos afloram lágrimas
que ardem por dentro e por fora.
Será que não está na minha hora?
Meu Cristo, como está pesada a minha cruz!...
Do meu livro de poesias: BREVIÁRIO,
lançado em 1992.