À Sete Chaves

Olhando cada caminho que trilhei

conto cada um dos meus tropeços

muitos daqueles que desdenhei

e por isso paguei altos preços

Lembrando cada palavra que ditei

perco-me em cada significados que não dei

Respostas que não indaguei.

De significâncias que agora sei.

O inverno agora é quem me acolhe

o frio é meu maior aliado

dizem que o que se planta, colhe

sim!, eu mesmo me pus enjaulado

Aparências deixei

Condutas adequei

Anseios bájulos carreguei

Derribar, eis o desalento dali advei.

Mas em minha própria história vomitei

deixei aqui apenas meus lamúrios

nunca, o melhor de mim, eu busquei

e comigo tenho arrependimentos mútuos

Não! Não permita-me sair!

Não! Não se perca assim!

Não! Não... não... ou sim...

Inclemente e mordaz... deixe-me ir...

Então... eu irei.

Talvez nunca estivesse aqui...

Talvez só precise levantar...

e partir

O distanciamento do eu, a aproximação do nós.

O quente aperto do teu corpo

quando longe, sinto-me oco

A desnutrição da alma

A proibição, eu karma

o fim do eu

e o recomeço do nosso.