A Essencialidade da Loucura.

A Essencialidade da Loucura.

Por quê?

Odeio seguir-me.

Ter que me obedecer.

Obedecer a terceiros é uma verdadeira loucura.

Apenas os fracos procedem, a essa maldita regra.

Não devo ser refém nem mesmo da minha pessoa.

Nascemos para sermos livres, a liberdade total.

É a mais sofisticada escravização.

É a forma de escravizar a si mesmo.

Porém, a liberdade vale mais que a vida.

Por isso somos escravos dela.

Ou sua prisão arbitrária.

A alma um delírio da linguagem.

Não interessa o tempo que tenha que viver.

Interessa apenas como devemos comportar em nossas escolhas.

Longe de mundos ideológicos e de tautologias sintáticas.

Distante da miopia seja qual for a referência.

Teleologias fúteis.

E indeleveis.

Particularmente tenho medo da sombra.

As piores, as religiosas, as políticas e as econômicas.

Longe dos ditadores, dos que constroem verdades.

Eles são loucos, agem em nome do pré-conceito.

Fiquem perto daqueles que desejam destruir mentiras.

São realmente os únicos autênticos.

O mundo se perfaz das mentiras como verdades.

Odeio ter que seguir alguém.

Pensar igual a outros.

Receber ordens.

Dar ordens.

Escrever fundamentos.

Inventar verdades.

Odeio ser eu mesmo.

Ou ser outros.

Odeio tudo.

E não suporto ser o nada.

Eles são sempre idiotas.

Por acreditarem em si mesmos.

Pior acreditam em outros.

O mundo foi feito para acreditar apenas no azul.

Perdidamente no infinito do universo.

O vácuo que provoca a dimensionalidade do vento.

Poucos são merecedores.

Da nossa credibilidade.

Eu não suporto ter que me conduzir.

Sou o meu grande rebelde.

Desobedeço-me constantemente.

Sou delator da minha própria pessoa.

Governar jamais.

Ser governado é absurdo.

Só os doentes aceitam.

O meu direito é intransferível.

É natural a mim mesmo.

Igual ao seu direito.

Ninguém pode fazer nada em meu nome.

Em seu nome.

Em nosso nome.

Em nome de ninguém.

Eles são loucos, psicopatas, mentem e matam.

E vocês dão poder para eles.

Como são estúpidos

Por isso vocês são culpados deles serem o que são.

São neofacistas aos montes disfarçados.

De democratas.

No mundo inteiro.

Quase em todas as instâncias institucionais.

Motivo pelo qual a instituição é sagrada.

O homem não.

Principalmente os que transferem poder.

Só você pode fazer alguma coisa em seu nome.

O sábio não autoriza ninguém falar em seu nome.

Muito menos teria coragem de falar em nome de outros.

O silêncio é sempre a melhor forma de entender o barulho.

O barulho é o caminho eficaz para superar o mal.

O pior deles o metafísico.

Imaginar o céu e fugir da luz.

Imaginar a luz é aproximar do céu.

Se existe deus, como poderia me sentir.

Ao me imaginar inferior a ele próprio.

A não ser que eu também fosse deus.

Acreditar em deus.

É como sonhar em superar a normalidade.

E qual a normalidade a não ser a ideia imaginada da loucura.

É louco quem conduz a outros.

O mundo foi feito para ser uma grande carroça.

O cavalo é quem acha o mundo normal.

Conduzir a si mesmo significa também ser rebanho.

Do gado deve-se gostar apenas da picanha.

Mesmo assim se a carne for nova.

Deve-se saborear possivelmente o leite.

Se a vaca não for velha.

Mas o bom leite é o leite do amor.

Naturalmente que o leite deve ser usado.

Para combater a coca cola.

A coca provoca tontura.

Queima os neurônios e evita a sabedoria.

Quem toma coca ou fuma.

Comporta-se como fosse rebanho.

Admite-se a política de rebanho.

O sábio deve recusar tudo que for oficial.

Não deve suportar o cinismo.

Muito menos o comportamento tupiniquim.

Nossas elites comportas como se fossem ainda tribais.

E o homem do trabalho.

Vangloria-se da tribo.

Essa maldição de terceiro mundo.

Procedimento dos excluídos.

Entendam o perigo daqueles que lutam para inclusão.

Objetivo é lutar para que eles os lutadores não sejam os excluídos.

Do poder político e das benesses da instituição.

Nem mesmo o nosso sucesso.

Não se pode deixar atrair-nos.

Imaginar sempre ridículo, diante de si e do mundo.

Recusar todos os tipos de homenagens.

Entender que os únicos que são verdadeiros.

Em cada um de nós.

São os que nos detestam.

Portanto, só os nossos inimigos nos ensinam.

Os amigos nos deturpam.

Mentem.

Bajulam.

Entortam-nos.

Conduz-nos a perdição.

Levam-nos sempre ao mal.

Tiram-nos a consciência crítica.

Detesto amigos.

Colocam pedras em nossos caminhos.

Ao mesmo tempo nos enviam flores.

Amigos é um inferno eles nos destinam.

A verdadeira inocência.

Existe algum cidadão nesse mundo.

Que conhece o profundo sentido ideologico.

Da confiança de um amigo.

Foi destinado a caverna de Platão.

É necessário deixar se modificar.

Jamais ser o mesmo em cada instante.

É fundamental fugir da emissividade.

Ter coragem de matar a si próprio.

Deixar ser conduzido pelo verdadeiramente novo.

Para ser eternamente velho.

A ilusão do tempo.

A não ser a continuidade eterna do princípio.

O único fundamento de todas as coisas.

Entretanto, ao entender novo.

Torna-se suficientemente velho.

Deve naturalmente morrer.

Para admitir-se como verdadeiro.

Tem que se compreender como falso.

Somente o falso poderá ser verdadeiro.

Tudo deve ser feito para recusar a condução.

O próprio caminho.

A melhor desobediência.

É quando recusa obedecer a si próprio.

Deve-ser veemente rebelde.

Rebelde, sobretudo da política.

Coitado do escravo que não for rebelde.

Do operário obediente.

Torna-se servo.

Obriga dentro de si a mansidão.

Cria o seu próprio domínio.

Torna-se eficientemente inútil.

Para si mesmo e útil para o Estado.

A resignação é a causa do seu fracasso. .

Todos nós tornamos escravos do poder.

Do nosso poder, do poder de outros.

Do desejo do outros poderes.

Os mansos e humildes.

Não constroem absolutamente nada.

Deve-se morrer para serem sempre outros.

No entanto, ao serem outros.

Não devem deixar que nos eternizam.

Quando formos outros.

Matam-se os outros.

Dessa forma continuamente.

Matar nos é a forma sublime de ser.

O perigo consiste em tornamos bons.

Pois bom é aquele que se torna insolente.

A prática do bem é ser zombeteiro.

Um eminente destruidor.

Ao destruir constrói.

Tudo que está aqui agora.

É exuberantemente velho para prevalecer.

Portanto, deves matar a si mesmo.

E desaparecer possivelmente diante do velho.

E como somos a prática do velho.

Devemos desaparecer diante de nós mesmos.

Devem se renegar todos os que foram.

Matar sem medo o último deles.

Porém, entender que alguma coisa.

Ficará de cada um deles.

Dentro de nós.

Somos eles.

A maldição da eternidade.

Entretanto, jamais se lucubrar pelo último.

Fugir com sobriedade das ideologias.

Não entender nada como verdadeiro.

Compreender o mundo como um sonho.

Completamente idiossincrático

Irrisório e limitado.

Sem finalidade ou direção.

Saber que no fundo não somos diferentes.

De uma folha extremamente seca em decomposição.

Somos ontologicamente apenas a decomposição.

Em todos os sentidos.

Criações de mitos inventados.

De vergonhosas metafísicas.

Do desejo de sanar-se dos fracassos.

Inexauríveis.

Mas não existe nada.

Além da modificação.

Somos apenas poeira em potencialidade.

Não temos alma, espírito.

Somos um corpo, destrutível.

Não existe possibilidade de deus.

A outra vida é uma ilusão.

É duro, mas não existe sentido.

A existência é um vácuo perdido no infinito.

Indefinido para sempre sem gravidade.

Finalmente somos uma onda para o bem e o mal.

Ser bom, não é a sinalização da bondade.

Um dia tudo acaba e torna-se em frações de segundos.

Uma estátua de cimento.

Em algum lugar distante e desértico.

Por uma única vez.

Isso se for na vida um sábio.

Ser-lhe-á permitido o direito à fala.

A verdade com efeito, revelada.

Ela é extremamente estranguladora.

Meterá medo até nos sinos das igrejas.

É o último dos fatos.

Essencialitum sapieni ratione.

Desse modo a essencialidade da razão finaliza.

A ternura das vossas loucuras.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 02/05/2014
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T4791894
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