Superficial
Um novo dia.
Os raios de sol no antigo vidro,
a profundidade que ignoro.
Superficial é o poema que recito.
Um novo dia, um amanhecer
a alvorada, os raios penetram na escuridão
a luz transparece o sangue
que pulsa e reflete
vermelho
em minhas pálpebras.
Uma tentativa.
Eu poderia assim chamar: tentativa
de compreender
de apaziguar
de tolerar
e de manter o amor vivo
nesses tempos de guerra.
Por convicção.
Transformo sentimentos
pura teimosia
inesgotável
o ego recria, enfeita e pinta
as ilusões.
Minhas ilusões
que tento deglutir de café da manhã.
Um novo dia...
Os raios de sol no vidro antigo...
O sol alto, penetrando nas horas.
Superficial é o poema...