Se empurre comigo e que morramos na vida...!
A cada dia uma parte se nós morre, a cada tristeza, briga, magoa, rancor, ódio. A cada detalhe, ação, causa, ponto, questão impossível de se resolver, sentimento impossível de se sarar... A única coisa que podemos fazer é encontrar um apoio no meio de tanta dor, encontrar algo ou alguém que possamos repousar nos braços, confiar que nos ajudará a caminhar quando nossas pernas estiverem quebradas e não consigamos andar, quando nossos braços estiverem inutilizáveis demais para agirmos, batermos, abraçarmos, quando nossa alma estiver quebrantada e prestes a deixar de ser imortal e acabarmos por perder nossa essência, nossa força, nossa viviacidade, nosso ânimo, nossa coragem e nosso valor. Precisamos de um motor principal, um ser ( vivo ou não) que nos sirva como muleta, que não deixe que nos percamos no ermo que jaz dentro de nós. Uma lembrança, um objeto valioso intrinsecamente, uma pessoa que nos lembre que nada é real e tudo se repete internamente. E sempre que alcançarmos ou ultrapassarmos o limite do que sentimos – como se estivéssemos em um poço muito fundo, no qual mergulhamos e tocamos a base, em seguida voltamos para cima, mas ainda assim não encontramos uma forma de sair dele e parece que cada vez que repetimos o ciclo na esperança de encontrar uma saída, percebemos que o limite está cada vez mais difícil de ser atingido e já estamos meio mortos, mesmo que não externamente, mas por dentro, porque não sentimos, não vemos,não vivemos – sejamos lembrados de que não adianta sofrer por um mal estável se já experimentamos uma dor insuportável, porque sofrer de verdade tem seu valor e o mesmo, não merece ser gasto com qualquer coisa. Sejamos lembrados que devemos dar valor ao nosso sofrimento e saber os reais motivos pelos quais devemos sofrer.