EM TEMPO DE SOLIDÃO PEGO NO VIOLÃO...
"Em tempo de solidão pego no violão...
Contemplo as campinas de uma tarde tão linda
Onde o corcel levanta nuvens de poeira no ar
Perto das montanhas abrasadas, onde o sol queimante a pino, inspira o deus menino.
Vou cantando no exílio da alma
Onde a passarada canta ao entardecer
Lembro do seus olhos negros vestidos de vermelho
A candura da mulher menina
Que eu quis amar.
Mas um forasteiro, com um fascínio desconhecido
Se fez passar por um príncipe
E estrugiu o coração da mulher
Tentei por amor tirá-la de tal cilada
Mas o infeliz já lhe havia humilhado no amor
Diante de tal vergonha o rosto moreno estampava a própria dor.
Não tenho marido dizia ela:
A palavra empalideceu o vigor de seus lábios.
Pobre morena!
Eu pra não deixá-la só, abotoei o paletó e entrei elegante na igreja.
Mas a coitada em desespero morreu de desventura.
Agora eu pego na viola e toco lembrando do meu amor..."
Escrito por Clemilza Maria Neves de Oliveira