A Futilidade do Instante Perdido.

A Futilidade do Instante Perdido.

Sou apenas uma passagem

Desnecessária ao tempo.

Fútil ao instante.

Como uma pequena partícula de átomo.

Perdida na imensidão da física quântica.

Mas tenho os olhos da compaixão.

E a misericórdia geognosia da ignorância.

O caminho da incerteza.

A dimensão do abismo.

O insignificado do silêncio.

As margens das pontes e a solidão.

Tão somente descritiva.

As dores de um delírio inexaurível.

A destruição da construção repetitiva.

Aos sinais absurdos da existencialidade.

Afinal o tempo não é ele mesmo.

E o princípio não teve início.

Em seu fundamento inefável.

Quanto a mim.

Sou uma repetição singela.

Daqueles que foram.

Para não ser nenhum deles.

Muito menos a mim mesmo.

Porque sou a própria inexistência

Do fundamento da minha constituição.

Exatamente pública.

A ideia cíclica da repetição.

Do eterno retorno da matéria.

Não do espírito iniludível.

Pelo fato de ser apenas a linguagem.

Essencialmente ideológica.

A natureza será eternamente.

Repetindo-se e refazendo.

Sendo a si mesma.

O fundamento da sua substância.

Muda se apenas as variações das formas.

Eu sou uma dessas mudanças.

Inexpugnável.

Sendo que elas.

Serão sempre entendidas.

Pelas as diversidades dos dizeres.

Dos complexos olhares anacrônicos

Das interpretações indeléveis.

Aos segredos fundamentais.

Um poeta perdido nas dialéticas a priori.

Das interpretações modificadas.

Por um instante perdido.

Na lonjura imaginativa.

Fazendo girar eternamente.

A construção do DNA.

Que deverá deixar de ser.

Aleatoriamente.

Sem ser divino ou satânico.

Ainda bem que não existe o inferno.

Como explicou a genialidade.

Do exuberante padre Quevedo.

O homem foge desesperadamente.

Da ordinária perversão repetitiva.

Mas é essencialmente replicativo.

Não é possível quem se fez pequeno.

Tentar ser a grande.

Peremptoriamente.

Nem mesmo os preceitos metafísicos.

O mundo é a eterna ilusão.

Inevidente.

O segredo dela é a nossa frustração.

A vontade não prevalece além.

Da realidade indutiva empírica.

É necessária a intuição a dor do parto.

O que significa aqui o ato epicuriano.

Dos sonhos inexoráveis aos fetiches.

O princípio único indestrutível.

A memória codificada ínclita.

É a mudança de estado.

Da natureza química das coisas.

Entao o que é o tempo.

O antiprincípio dele.

É a lógica de todas as coisas.

Em sua inércia indeterminável.

Até as forças gravitacionais.

A formulação da defesa imemoriável.

Da especificidade do nada.

Da sombra dele.

De sua representação imaginativa.

Mas o que passa.

E o que não deixa de passar.

É exatamente a imagem.

Na revelação interminável.

Da sua própria sombra.

Metaforicamente perdida.

Na imensidão do infinito.

Perdido em sua neologia imperceptível.

A natureza do eterno pó químico.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 16/04/2014
Código do texto: T4770559
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