Deixem-me em paz.
Por favor, deixem-me em paz.
Ouço vozes insuportáveis
Eu tenho pouco tempo
E também ocupo pouco espaço
Sou insignificante!
Não seria mais fácil me ignorarem?
Eu não sou aquela florzinha
Já perdi a inocência
Eu não quero limitar minha existência
À existência dos outros.
Por favor, deixem-me em paz
Eu só quero MEU tempo e MEU espaço
Não preciso aguentar a sua caretice
Muito menos a sua imbecilidade
Eu prometo que não vou invadir seu território
Apenas não invada o meu.
Eu só quero viver a minha arrogância em paz
Eu quero me ser sem precisar encenar
Eu não fiz questão de decorar as falas
Na verdade, nem li o seu maldito roteiro
Vivam seu teatrinho sem mim
Não peçam a minha participação especial
Desintegrem-me da sociedade
Expulsem-me do país.
Apenas não me toquem, apenas não se aproximem
Não vou pedir desculpas depois
Mesmo que eu me arrependa
Esqueçam-se de mim
Sou apenas UMA pessoa
Não ameaço o sistema
Sou meu próprio sistema
Sou múltipla, diversa
Não preciso da sua companhia
Sou meu próprio universo
Que o sol engula a Terra de vocês
São vermes para mim.
E espero que me entendam como um verme
Só não se atrevam a me pisar.
Porque aí eu acabo com seu mundinho cor-de-rosa
Não quero que me aceitem. Não quero que concordem.
Eu não preciso de vocês.
Nem para me enterrarem.
Não tenho medo da morte
Já vivo o meu niilismo
A morte só será a afirmação da negação
Que se explodam com a velhice.
Como estrelas velhas que cansaram do mesmo processo
Que se esgotaram.
Eu vivo o meu nada
E tenho certeza de que me preenche MUITO mais
Do que as suas certezas tão irracionais
Do que seus métodos e suas leis
Do que a sua moral inventada
Eu não vivo à mercê
Sou capaz de desafiar a gravidade
Se me der na telha...
Se eu decidir que posso TUDO, então eu poderei
E estarei pronta para arcar com as consequências
Gravidade, você não me assusta
Não tenho medo da queda.
O abismo é a minha morada permanente
E a minha loucura, a minha amiga solícita
Caminho sem esperar chegar
E sei que nunca chegarei.
Eu defeco a sua ideologia
Não preciso me iludir com objetivos
Eu sou a minha própria finalidade
Vivo por viver
Abraçando toda a miserabilidade da vida
Eu martelo contra o solo
Formigas, não deixem o seu formigueiro
Alço voo onde o ar já é rarefeito
E se eu quiser invento a minha liberdade
Alimentem-se de seus clichês e falácias
Eu até posso submeter a minha liberdade
Faz parte do meu poder de escolha
Sou tão livre que por prazer
Posso me submeter a um impulso primitivo
Eu já escolhi o meu Deus.
Eu já tenho a minha divindade
Só a ele eu me submeto ( por decisão própria)
Sou tão livre que tomei por Deus um mortal
Sou tão livre que não me importo em me contradizer
Afinal, a vida é uma corda estreita de conceitos
Prestes a se arrebentar. E eu pulei dela
Arriscando-me
Entregando-me ao instinto, ao devaneio
Não me vitimizo, não me torno frágil
Só quando me for conveniente
Não tentem rotular-me. Não sou má, nem boa.
Eu só sigo o fluxo das minhas sinapses
Não me culpem pela trajetória que elas fazem
Se bem que a culpa não me atinge, nem faz cócegas.
P.S: O único comentário que me interessa é o do Rodrigo Brito kkk. Mas se sintam à vontade para comentar.
hahaha.