MULHER
Semblante cansado e suado
De improviso traz uma capulana
De nó ao lado
Vai o descalçado pé
Em terras de lodo pisando.
Manana de pote na cabeça
Canciona o canto a cada passo
Da mísera vivência
Que gira em torno dela
Ao sentir a suicida fome
que estrangula os lábios
e engole o estómago das crias,
Lágrimas joram.
No verão seco
que as chuvas d'Outubro já não molham
Machambas contemplam-se no vazio
que se ouve no chilrar dos pássaros
No temer do amanhã impreciso
Manana!
És motora do universo
em ti passam-se doces momentos
que se mesclam a desalentos mais amargos
Mas... Mesmo entre tropeços e levantos
Livras-te sempre deste fardo.
Mulher!
És guerreira da paz
és o futuro a cada passo que dás
Na cada manhã que se refaz.
Parabens Mulher Moçambicana!