MULHER

Semblante cansado e suado

De improviso traz uma capulana

De nó ao lado

Vai o descalçado pé

Em terras de lodo pisando.

Manana de pote na cabeça

Canciona o canto a cada passo

Da mísera vivência

Que gira em torno dela

Ao sentir a suicida fome

que estrangula os lábios

e engole o estómago das crias,

Lágrimas joram.

No verão seco

que as chuvas d'Outubro já não molham

Machambas contemplam-se no vazio

que se ouve no chilrar dos pássaros

No temer do amanhã impreciso

Manana!

És motora do universo

em ti passam-se doces momentos

que se mesclam a desalentos mais amargos

Mas... Mesmo entre tropeços e levantos

Livras-te sempre deste fardo.

Mulher!

És guerreira da paz

és o futuro a cada passo que dás

Na cada manhã que se refaz.

Parabens Mulher Moçambicana!

Poeta Diurno
Enviado por Poeta Diurno em 07/04/2014
Código do texto: T4759336
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