UM OUTRO EU.
Vivo com a inexistência de um dia não existir
Pressinto que o que sinto já foi um dia sentido
Não existo quando penso, imagino e existo tão subido
Vivo dentro de mim, fora sou o fim, que acaba sem o sentir
Devaneio no que nunca anseio
Esqueço o que não lembro
Sou um mau membro, sem cérebro
Porque não diz nada o que escrevo, e um dizer alheio
Sempre escrevo o que no pensamento me veio
Sou uma alma que não sabe da sua própria existência
Vivo como um estrangeiro procurando sua descendência
Por essas vagas e frias pracetas, com o pensamento passeio.