A Revelação dos Segredos Indescritíveis.

A Revelação dos Segredos Indescritíveis.

Em certa noite.

Furtivamente.

Na mais absoluta solidão.

Litogeneticamente.

Chegou um aviso do infinito.

Sonoramente um anjo.

Que veio possivelmente do céu.

Inexoravelmente.

Apenas revelou-me.

Um dos vinte um segredos.

Esta vida que você está vivendo.

Ela será eterna.

Não de sua forma atual.

Mas de outros modos.

Mesologicamente.

Com outras substâncias.

Tremi de emoção naturalmente.

Mas o anjo disse.

Você já foi tantas outras vezes.

E serão eternamente outras e outras.

Inexoravelmente.

Infinitamente.

Mas a sua alma.

Será tão somente esse instante.

Terá que viver incontáveis vezes.

Mas não terás a sua consciência.

Muito menos a vossa linguagem.

Terás que ser

Infinitas vezes.

Porque esse mundo serás infinito.

Ele acaba e recomeça.

Interminavelmente das vossas cinzas.

Você é exatamente as cinzas do mundo.

Do universo que contém a vossa pessoa.

Nada haverá de novo.

Nem mesmo a dor.

O prazer em cada suspiro.

Até mesmo o pensamento.

É inefavelmente pequeno.

A sua vida disse o anjo.

Sucederá a ti eternamente.

Sem ser mefistofélico.

E você terá que suceder tantas outras vezes.

Tudo com a mesma lógica.

A sequencialidade de cada ato.

Na mesma ordem também as pedras.

As árvores.

As estrelas e o hidrogênio do sol.

Porque você é disse lexiogenicamente.

Repetiu o anjo.

Será invariavelmente a poeira cósmica.

Sempre transformando em cada partícula.

Ao átomo quântico.

Você não poderá amaldiçoar sequer os sinais.

Da invenção repetitiva da vossa natureza.

O instante imenso do vosso delírio.

Jamais ouvi coisas tão difíceis.

Como seria a transformação esmagadora.

O que diria a respeito do grande segredo.

Peremptoriamente.

É que cada coisa, está em cada coisa.

Devo lhe dizer por intermináveis vezes.

O maior dos desejos.

A sonolência dos sonhos.

O brilho a distância do entendimento.

Quantas vezes terão que estar.

Mesmo não estando.

Necessita repetir.

Mesmo não repetindo.

Precisa ser, mesmo não sendo.

A vida é uma resposta consigo mesma.

Para não desejar nada além da possibilidade.

Do eterno recomeço do universo.

Lépido.

Se fez desse modo.

Exatamente por não existir.

Principio, meio e fim.

A matéria é a constante repetição.

Da vossa partícula refazendo.

Vossos fragmentos.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 05/04/2014
Reeditado em 06/04/2014
Código do texto: T4757873
Classificação de conteúdo: seguro