A Fantasia do Mundo Real.

A Fantasia do Mundo Real.

Tive sorte de existir.

De pode ser.

Sentir e perceber.

A vantagem.

De ter linguagem.

De poder imaginar.

O mundo.

Desse modo o mundo.

É apenas minha imaginação.

Com códigos e signos.

Complexos.

Para poder refletir.

Sem ideologia.

Ter uma razão.

Completamente neutra.

Entretanto, vazia.

No sentido do meu cérebro.

Não ser fruto.

De nenhum sistema.

Particularizado de lógica.

Ideológica.

O meu cérebro é apenas.

Tão somente dele.

Ele é ele.

Eu sou ele também.

Sendo ele é o que sou.

Mas a minha existência.

É a minha percepção.

A lógica do entendimento.

A complexidade da negação.

Do saber sistematizado.

E de outros não saberes.

A minha lógica existencial.

É o meu entendimento.

Mas quando eu deixar de ser.

Não serei a percepção.

Porque não mais existo.

Não existirá, portanto.

O entendimento da razão.

Os objetos fenomenológicos.

Não terão mais fenomenologia.

E a compreensão deixará de ser.

Não será mais a dialética.

O mundo então solitariamente.

A sua compreensão niilista.

Entenderei as coisas.

Como elas são.

Portanto, as coisas.

Não mais serão.

Porque elas não existirão.

Do mesmo modo o meu ser.

Não sendo.

Exatamente a existência.

Para entender o que as coisas são.

Portanto, as coisas não mais serão.

O que restará.

Apenas uma síntese da ilusão.

Mas quando eu deixar de ser.

O mundo cessará sua existência.

Sendo que não mais existo.

Para entender o que as coisas são.

Com efeito, as coisas não existirão.

Mas como tive que existir.

O mundo será a minha percepção.

Enquanto não deixar de ser.

O mundo prevalecerá sua existência.

Sendo que sempre estou existindo.

O mundo continuará sendo.

A minha ilusão.

A minha existência.

Foi à sorte do mundo.

Sem ela.

Ele não seria contemplativo.

Não existiria hidrogênio.

Para dar luz ao sol.

Tudo isso aqui seria muito frio.

A sorte do mundo.

É que estou existindo.

Mas chegará ao momento.

Que a minha existência.

Não terá continuidade.

Então esse mundo.

Não poderá mais ser.

A fantasia da minha existência.

Tudo o que restará será.

Um intenso vazio contemplativo.

Perdido na imensidão do infinito.

Aberto e sozinho sem direção.

Sendo exatamente esse o caminho.

Da perdição da minha existência.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 05/04/2014
Código do texto: T4756982
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