Homenagem a mais exuberante mulher do Brasil Iara Iavelberg.

Homenagem a Iara Iavelberg.

Uma mulher alta.

Bonita.

Cheia de sensibilidade.

Acadêmica.

Dominadora das teorias psicanalíticas.

Conhecia a Filosofia em geral.

Sendo estudiosa do marxismo.

Exuberante professora universitária.

USP.

Além de bonita e sábia.

Era de família milionária.

Todos os jovens que conheciam Iara.

Ficavam perdidamente apaixonados.

Mas quem não amaria a sua ternura.

Beleza indelevelmente incomparável.

A grandiosidade da magnífica professora.

Bela e dócil.

Feminina.

Rica e sábia.

Incansável defensora dos pobres.

Estava disposta a sacrificar a própria vida.

Mesmo sendo ateia.

Não acreditando em deus.

E sabendo que o sacrifício de sua vida.

Levaria jovem ao túmulo.

E que tudo que lhe restaria como futuro.

Seria a transformação do seu corpo.

No mais absoluto pó químico.

Tinha mil outras opções.

Ser a famosa professora da USP.

Viver a vida do conforto palaciano.

Oferecido pelo a fortuna da família.

Pai burguês e conservador.

Jamais imaginaria que perderia.

A filha a qual contemplava.

Para opressão de uma ditadura.

Cruel e imbecil.

É desse modo a vida.

Ingrata as grandes pessoas.

Quantos jovens milionários.

Desejavam Iara como mulher.

Até mesmo os seus namorados.

Teriam de ter dentro coração.

O incansável desejo a defesa dos pobres.

Um deles por quem apaixonou.

Um belo rapaz.

Alto e cabelos longos.

Despenteados.

Desapegado ao sucesso material.

Estudante de direito da PUC.

Da cidade de são Paulo.

Que também sempre lutou.

Em defesa dos humildes.

Desejando uma pátria que fosse para todos.

Como imaginava Iara.

O Estado não fosse apenas uma Instituição.

Presa ao domínio da burguesia.

Em uma noite.

Em um bar na Rua Maria Antônia.

Linda como um anjo do céu.

Olhos brilhando com a força.

Do hidrogênio solar.

Repentinamente entrou um jovem.

Com apenas dezessete anos.

Alto com cabelos soltos despenteados.

Bonito com domínio de raciocínio lógico.

Com entendimento das categorias da analise.

Da política.

O coração de Iara saltou dentro peito.

Paixão a primeira vista.

José Dirceu de Oliveira e Silva.

Tremendo de emoção com seu olhar.

De quem já estava apaixonado.

Suavemente beijou seus lábios.

E disse a ela te amarei eternamente.

Com certeza é o sonho de mulher.

Que sempre desejei.

E farei dos vossos seios.

A minha felicidade.

Iara também ficou perdidamente apaixonada.

Ele morava em Santa Cicília.

Ela em Higienópolis.

Passaram a dormir juntos todas as noites.

Tempo de ternura e felicidade.

Frequentavam os mesmos lugares.

Estava vivendo o mais intenso amor.

Iara a grande acadêmica.

Certa vez disse falta a esse menino.

Certos dotes acadêmicos.

Mas não tenho medo de dizer.

Estou perdidamente apaixonada.

Do mesmo modo José Dirceu.

O amor tomou conta da minha alma.

Ocupou todos os meus espaços.

Foi o que certa vez escreveu Iara.

A respeito de José Dirceu.

Do seu sentimento a pessoa dele.

Com dezessete anos.

Desempregado.

Apenas duas trocas de roupa.

Ele não tinha nem mesmo como viver.

Discutiam teoria política.

A cultura de Iara era imensamente superiora.

Como Dirceu amava.

Certo dia disse a ela.

Esqueça as teorias.

Você é a mulher que amo.

E não as relações políticas.

Iara era uma mulher liberal.

Defendia o amor livre.

Mas quando conheceu Dirceu.

Apaixonada passou defender a fidelidade.

Entregou seu coração.

Ao jovem de cabelos longos.

Ao grande líder estudantil.

Defensor intransigente da democracia.

E do Estado de Direito.

Mas namorar Dirceu era um propósito difícil.

Bonito, jovem e inteligente.

Grande líder estudantil.

As universitárias.

Eram perdidamente apaixonadas por ele.

Dirceu poderia namorar quem desejasse.

Iara dava a ele a sua fidelidade.

A paixão era realmente um delírio encanto.

Mas Dirceu também amava.

Entretanto desejava ser liberal com ele mesmo.

Em uma noite.

No mesmo bar na Rua Maria Antônia.

Iara estava linda.

Com uma saia curta e blusa colada.

Deixando expor a sua exuberância

Outros moços deliravam com tamanha beleza.

Chateado com a exposição da elegância.

Dirceu furioso enfiou a mão no prato de Iara.

Atirando em seu rosto batatas fritas.

Indo embora deixando a conta para ela pagar.

Dirceu era um bom vivant desejava curtir a vida.

E não faltavam meninas bonitas.

Que desejavam seu afeto.

Iara apaixonada suportava até a infidelidade.

Entretanto desesperava com suas justificativas.

Até que um dia ela deixou Dirceu.

Ao ter a mais absoluta certeza.

Que não era mais a namorada oficial.

Do Jovem estudante José Dirceu.

Terminou e nunca mais encontrou.

Dirceu tentou a reconciliação.

Era tarde.

Conheceu o capitão Lamarca.

Inicia um grande romance.

Talvez o desejo fosse esquecer José Dirceu.

São perseguidos duramente pelo regime militar.

Fogem para o Estado da Bahia.

Lamarca para proteger a linda mulher.

Aluga um aparamento em salvador.

A linda professora universitária.

Filha de milionários em São Paulo.

É descoberta em seu apartamento.

Por forças da ditadura militar.

Aparece morta em 21 de outubro de 1971.

É tudo que relata a repressão.

Do regime militar brasileiro.

Mas sempre foi prática de acusar os mortos.

Pelo regime militar.

Como se eles tivessem praticados suicídio.

Logo em seguida seu marido.

O grande capitão Lamarca emboscado.

Fuzilado pelas os agentes.

De o governo militar brasileiro.

Dessa forma termina a história.

Da mais exuberante mulher brasileira.

Com apenas vinte e sete anos.

Uma princesa bela e milionária.

Destinou-se sua composição química.

Hoje apenas um átomo químico perdido.

Transformada pelas leis da natureza.

Como pensara um dia.

Antes de sonhar uma Pátria para todos.

Não apenas para os empresários.

A mais bonita filha da burguesia nacional.

Obs:

Era menino morava em uma linda fazenda na Serra da Moeda, no município de Itapagipe Minas Gerais, quando soube pela primeira vez a história de vida da magnífica Iara, prometi a mim mesmo, vou estudar muito, porque essa mulher é exuberante e escreverei em homenagem a sua pessoa um lindo poema.

Passaram algumas dezenas de anos, estudei todos os acontecimentos com detalhes a vida dessa fascinante mulher, e, formulei o referido poema, gostaria imensamente que ela fosse eternamente imortalizada como grande mulher pelo seu amor a justiça social e a defesa imponderável do Estado de Direito.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/04/2014
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T4754852
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