Ó Mistério
de transparência azulada
um cadaver emergia
braços estendidos em cruz
pés contorcidos um sobre o outro
mãos ensanguentadas
em torno da têmpora
a coroa de espinhos
ferido, agonizante
ergueu uma pálpebra tumeficada
e com voz de reprovação
questionou:
Porque me feriste?
Que ti fiz?
Alberto Daflon, Filho