A verdadeira natureza divina.

A verdadeira natureza divina.

Quer saber de uma coisa.

Reflexivamente.

Muito mal feita.

Como é a humanidade.

O mundo da forma em que ele é.

Se deus de fato existisse.

Na essência da sua bondade.

Ele não faria o mundo.

Para ser exatamente como é.

Nem mesmo o diabo.

Na sua maledicência.

O mundo é tão ruim em sua lógica.

Comparativamente.

O diabo seria ótimo.

A própria natureza do mundo.

É a prova da não existência de deus.

Se deus de fato existisse.

Não faria o mundo da forma que é.

A natureza do mundo.

Das coisas.

A lógica da vida.

Das relações sociais.

A escravização do homem.

As instituições políticas.

Até o diabo teria pena do mundo.

Se deus existisse mesmo.

Ele ficaria no seu cantinho.

E deixaria o infinito.

Ser infinito indefinidamente.

Deixaria o vácuo ser apenas o vácuo.

Não produziria a lei da gravidade.

Muito menos os trilhões de universos.

Contínuos uns aos outros.

Não existiriam universos múltiplos.

Não deixaria existir a vida racional.

O escuro seria permanentemente escuro.

E o frio não provocaria alta temperatura.

Exuberantemente negativa.

Não deixaria a temperatura negativa.

Produzir gelo.

E o mesmo não evoluiria quimicamente.

Se deus existisse mesmo.

Na essência da sua bondade.

Ficaria pasmo com o absurdo da sua existência.

Permaneceria no silêncio.

Da sua grandeza.

Muito triste com sua própria existência.

Ele ficaria na imensidão do universo.

Solitariamente preso no infinito.

Sentindo o vazio do universo.

A escuridão indeterminada.

E a maldição do gelo.

Eternamente como forma de castigo.

Da sua própria existência.

Lamentando por ser vítima do seu poder.

Magnificamente demolidor para ele mesmo.

Se deus existisse mesmo.

E tivesse algum poder.

Ele faria com que ele mesmo deixasse de existir.

Não acabaria com o infinito infinitamente infinito.

Mas nada surgiria presa a força do movimento do vácuo.

Tudo seria eternamente vazio e escuro.

A única realidade do universo.

Edjar Dias de Vasconcelos.