Tolo banqueiro
Eram tantos os amigos
Os companheiros e chegados
Eram tantos apertos de mão
Tapinhas nas costas e abraços
Eram tantos “Ora, viva!”
Elogios disfarçados
Eram tantos apoiadores
Baba-ovos, puxa-sacos.
Mas aí veio a crise
Nem um puto lhe sobrou
Carro zero foi trocado
Por um antigo Gol
A mansão na praia
Com 500 mil metros quadrados
Leiloada, serviu de pagamento
Dos salários atrasados.
A loirona boazuda
Que lhe servia de troféu
Meteu-lhe um par de chifres
Com um tal de Daniel
Iate, lancha e até o jatinho
Viraram fumaça de uma hora para outra
E com uma mão na frente e outra atrás
Está ali sentado, tomando garoa.
E os amigos, cadê?
Ninguém sabe, ninguém viu.
Os parceiros de golfe, os “camaradas”
Todos eles, tomaram Doril
Foi nessa hora que ele chorou
E percebeu amargamente
Que dinheiro, poder e sucesso
Atrai mais lama que enchente.
Morreu sozinho, sem ninguém ao lado
Nem sequer um enterro decente recebeu
Não houve um túmulo de mármore
Nem mesmo uma lápide em estilo europeu
Enterrado como indigente
Foi esquecido rapidamente, tolo banqueiro
Para provar que nesta vida mais vale o que somos
Do que o que nos consegue o dinheiro.