SINAL DE OCUPADO
A tarde cai...
O Homem se cansa
Um dia subtrai
Do mundo a esperança...
A criança se balança
Num parque da cidade
Balanço que não descansa
E vai e vem sem lembrança
Da mãe e do seu pai...
De um último abraço
Juntando os corações
Afagos, de mãos, escassos...
Enfim a tarde sai...
E entra a noite branca
Envolta em manto negro
Criança levando segredo
A própria porta destranca
Do seu quarto de dormir
Vazio dentro de si...
Os pais estão ocupados
Abraços e beijos frios
Diálogos tão calados
Em dois telefones sem fio
A espera de ligação...
E o coração da criança
Que faz sua ligação
Escuta sinal de ocupado...!
E dorme sem a lembrança...
Autor: André Pinheiro
22/03/2014