Indiscrição do ser.

Indiscrição do ser.

Tive que nascer.

Para ser.

E ao ser.

Tive que deixar de ser.

O não ser foi permanente.

Ao ser que estava sendo.

Por que passei a não ser.

Ao ser que nasci.

Com a objetividade dele.

Exatamente para poder não ser.

Ao destino da minha frágil.

Existência inexistente.

A lógica ilógica.

De uma contra dialética.

O ser do meu não ser.

Que foi o meu ser.

Da exclusividade propositiva.

Dessa exuberante noção.

Do ser do ser que não pode ser.

Quando deixei de ser.

Meus olhos foram fechando.

Uma intensa noite chegava.

Esperava apenas pela madrugada.

O silêncio dos instantes.

Entretanto, já não era mais.

O que procurava.

A exclusividade.

Do tempo esquecido.

O deixar de ser.

Foi sempre o tempo deixado.

Da minha existência.

Perdido nela mesmo.

O deixar de ser.

É o significado perdido.

O ser que não foi.

O significado do antes.

O fato de não ter existido.

Porque a realidade foi uma ficção.

A existência.

Exaure nela mesma.

Perde sua autenticidade.

Aflora a primazia das necessidades.

Define-se o mundo das ilusões.

O destino.

Prediz as compaixões.

Como se natureza tivesse culpa.

Naturalmente que comporta.

Por uma essencialidade errada.

Exatamente nos erros que estão.

Tudo o que deve ser exatamente.

Correto.

Para a realização.

Da magnitude das ilusões.

Intermináveis.

As ansiedades comuns.

As realidades imprevisíveis.

Da solidão que não se desperta.

Nos acúmulos das madrugadas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 17/03/2014
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