Drenagem
Passo a passo alinho meu destino,
Verto utopias exóticas na linha do tempo,
De solidão e de saudade me amamento
Sobre relíquias de pensamentos que imprimo.
Confecciono flores e adereços de ilusão,
Caricaturo fantasias que vestem meu passado,
Dispo-me de sorrisos nocivos e embalsamados
Que retratam a melancolia de minha emoção.
Na faxina das recordações escancaro a porta
E me vejo sectário de uma natureza morta
Em que nem mesmo a água viva vivifica...
Torna-se lenda o íntimo árido e sem abrigo
Que pulula vazio à cata do que seria o mito
Que faria das horas estuário de lembranças ricas!