Doce amarga esperança
E vem de novo sina travessa,
Tentando plantar esperança,
Mesmo que usando trapaça,
Pois, contra os fatos avança;
Pega o amargo e traveste
Sabe da alma o anseio criança,
perdoa essa ignóbil tramoia,
Basta ouvir a música ela dança;
Sorve a droga, alguém trafica,
Importa que sua mão alcança...
Contra o bom senso trabalha,
Fingindo que a onça é mansa;
E que simplesmente tragar,
É inócuo o cérebro descansa;
Ilude-se fingindo o peso travar,
Travando o fiel da balança;
O tempo empresta traquejo
perverte o desejo de vingança;
mesmo sem rede sob o trapézio,
o aprendiz ousa, pura confiança...
certo que a depressão é travada,
pelo terno freio da esperança,
aí, nos lambuzemos de Traquinas,
se a vida quer fazer lambança...