APLAUSOS
Todo poeta aplaude outro poeta com os aplausos do incentivo.
Da admiração, da distinção, da amizade, e por isso o reverencia.
Pois todo poeta sublimasse, eleva-se através da sua obra!
Os poetas são abstratos, como concepção dos voos imaginários...
Orgulhasse das poesias dos demais poetas, pois se vê em cada verso.
Daí os clamores, e as fantasias que trazem na alma, se manifestam,
De igual forma, por isso os aplausos, por isso, esse apoio mútuo!
Pois enxerga que cada verso escrito, é essa argamassa de sustentação.
Da afirmação, moldando os pilares do equilíbrio e dos devaneios...
Um poeta celebra outro poeta, com igual elevação e apreço recíproco.
Iguais deferências, porque bem sabem em quais fontes eles bebem,
Esses anseios, esses frenesis, de onde advém suas crises.
Um poeta acaricia outro poeta, com seus comentários pródigos.
Pois sabe do ofício, das agonias, que o poeta faz para burilar as letras.
Entornando versos em forma de poema, a dar vazão aos sentimentos.
Iguais emoções tangíveis, iguais deferências, por todos os poetas.
Pois bebem da mesma imaginação, e de mesmo sofrimentos.
Um poeta enaltece outro poeta com seus comentários respeitosos!
Pois sabe do esforço que o poeta faz para cinzelar os versos.
Derramando as letras entre rimas, e, carpindo os anseios anotados.
Um poeta aplaude outro poeta, pois no íntimo aplaude a se mesmo.
Porque os poetas se identificam nas mesmas labutas, que é doar-se,
E isso ocorre, quando seu texto é lido, ressalvado por outro poeta.
Há uma identificação sublime, divina, há uma interação perfeita.
E ficam os sonhos voando, dançando por entre as letras, escritas,
Recolhendo as metáforas, ratificando as analogias, repatriando sonhos...
Todo poeta aplaude, a outro poeta, pois de se certa forma,
Se transporta,se vê em suas obras!
Albérico Silva