Explicação do Livro de Foucault: Vigiar e Punir e sua ação pedagógica discriminatória.
Explicação do Livro de Foucault: Vigiar e Punir e sua ação pedagógica discriminatória.
Pedagogia da Discriminação Social.
Autor Edjar Dias de Vasconcelos.
Explicação do Livro de Foucault: Vigiar e Punir e sua ação pedagógica discriminatória.
Para Foucault como para diversos outros epistemólogos, o ser humano não nasce pronto, não tem essência Locke, muito menos uma natureza a qual é atribuído a ela um determinado fundamento, são tábuas rasas, os homens são desenvolvidos pelas suas próprias atividades, que estão relacionadas com o corpo humano, na função do vigiar e punir.
Para Foucault, somos o corpo e nada mais, o que homem faz com o seu corpo é o que define a pessoa como ser humano, o corpo é apenas o dito a respeito de nós mesmos, sem o referido não haveria vida política, muito menos ação pedagógica no mecanismo da cognição. Edjar.
Então devemos refletir tudo que envolve a respeito do nosso corpo, como ele é disciplinado a serviço das ideologias institucionais, os indivíduos se moldam em acordo com as imposições expostas a realidade da matéria, o que se denomina corpo.
O significado a exposição acadêmica elaborada pelo grande filósofo Foucault, a principal função da instituição é o desenvolvimento da vigilância, diz Foucault a sociedade produtiva liberal desenvolvida pelo capitalismo necessita da permanente vigilância para punição.
Significa que toda pessoa no mundo do trabalho vive sobre a permanente observação. O mundo fundamenta-se na observação, para levar ao individuo sua justaposição às instituições. A grande mecanicidade da sociedade produtiva.
Objetivo é desenvolver a observação do erro com a finalidade de aplicar a punição, que se denomina de ação normalizadora defendida pelo mundo capitalista, dessa forma a funcionalidade das relações sociais.
Ideologicamente normalizar os fundamentos das relações do social com efeito, evitar crises institucionais. A punição como correção do erro é uma ideologia do Direito Iluminista, apenas como justificativa do domínio institucional.
Com efeito, o motivo da vigilância é punir as pessoas que não cumprem seus deveres, isso ocorre em todas as relações sociais: famílias, escolas e fabricas.
Queremos ou não nessa perspectiva, a escola é uma instituição altamente punitiva tão igual ao judiciário, leva ao aluno o desenvolvimento comportamental punitivo por natureza, por meio da autovigilância.
Com a finalidade de colocar procedimentos de valores institucionais dentro da pessoa humana, quando esses valores são negados o individuo é necessariamente punido.
Então como entende a ação pedagógica no seu funcionamento normal, retransmitir através da prática de assimilação dos conteúdos, os valores institucionais levando ao aluno a sua autopunição como mecanismo de cognição de processualidade transmissiva.
O aluno ao não agir desse modo, não estudando o suficiente para assimilar os conteúdos propostos ele é reprovado, com efeito, a escola funciona em benefício da natureza institucional da sociedade, aplicando a punição quando os deveres não são cumpridos.
O mundo contemporâneo constitui-se em um mundo de deveres e não de direitos, o equilíbrio do Estado de Direito, quando a pessoa só poderá ser punida na medida em que não cumprir seus deveres em função dos direitos, regra em geral em atendimento aos valores não coletivos.
No caso da pedagogia, realiza-se o mecanismo da autopunição com objetivo de evitar uma punição maior e mais desastrada para vida prática do cidadão, o que é na essência uma justificativa ideológica.
Exemplo: na escola quem não estuda poderá ser reprovado, qual seria, portanto, o mecanismo autopunitivo, o aluno terá de cumprir sua função de vigiar a si mesmo como propõem as instituições, com o objetivo de evitar a punição da reprovação, nesse caso ele não desenvolve sua consciência livre.
O aluno pergunta a si mesmo, será que estou estudando bem, o suficiente para minha aprovação? Caso não esteja, motivado a não ser punido com maior rigor ele mesmo aplica a si a sua punição.
Proibindo de ver o jogo de futebol, não viajar nas férias, as autopunições são diversas.
Na prática a escola cumpre o papel com eficiência a análise proposta por Foucault no seu livro vigiar e punir.
A as instituições estão mecanizadas a cumprirem seus papeis punitivos fundamentados na discriminação, portanto, a escola antes de ser uma instituição de punição, na sua função institucional de vigiar e punir, também comporta como instituição de afirmação com procedimentos discriminatórios.
Os exames escolares ao longo do processo histórico, produz uma vasta documentação que serve ao aluno contrariamente aquele que não aplicou a si, as punições aos prazeres do corpo.
As grandes discriminações referentes ao mercado de trabalho, tendo a instituição informações suficientes para contratar ou não uma pessoa para efetivação do seu trabalho nos campos diversos.
Com efeito, a pedagogia cumpre esse papel duplo ensinar conteúdos e ao mesmo tempo, desenvolvendo o mecanismo para próprio sujeito autovigiar com a finalidade do mesmo não ser punido, não apenas na prática de reprovação, mas também em relação ao seu futuro referente ao mundo do trabalho.
É nesse sentido que a escola é uma instituição objetivamente opressora e repressora, do mesmo modo conservadora, pois sua ação pedagógica não possibilita mudanças nas relações sociais.
Antes de ensinar conteúdos no seu sentido clássico científico, leva ao aluno agir como seu próprio agente repressivo autovigiando e autopunindo cotidianamente transferindo essa mecanicidade para um processo cognitivo mais complexo.
Desenvolvendo naturalmente práticas de comportamentos punitivos socialmente, quando os alunos ocuparem comando de função do poder, seja qual for o nível de institucionalidade. E desse modo que sobrevive a sociedade de domínio. A escola um instrumento de dominação político.
Como propõe Foucault em seu estudo analítico, no seu trabalho, a prática do vigiar e punir, a grande questão em referência ao funcionamento no mundo contemporâneo está ligado a uma sociedade de classes a serviço da exploração capitalista.
A vigilância é antes de tudo a defesa de uma prática conservadora do liberalismo, sendo que a assimilação de tal ação favorece exatamente os donos das instituições.
As instituições não são entidades metafísicas, divinas, são institucionalizações do poder de domínio. Com efeito, a ação de vigiar e punir proposto por Foucault serve as ações de discriminações mais globais não permitidas pelo verdadeiro Estado de Direito.
Sendo desse modo a pedagogia reforça institucionalmente práticas condenadas pelo ideal de Estado Moderno, o real Estado de Direito, e afirma as relações do liberalismo burguês, defendendo direitos de uma burguesia parasita, do ponto de vista do próprio trabalho.
A vigilância no seu aspecto de punição, leva ao comportamento psicossocial as ações inteiramente favoráveis à discriminação social, conforme o trabalhador vai assumindo sem saber concepções e ideias da ação do corpo no mundo real, através da punição do mesmo e da ideologização das práticas.
A mecanicidade dessa ação é tão forte ideologicamente, na relação espaço tempo, e o mundo do trabalho, aplicação à lógica profissional.
O trabalhador que já tinha aceitado essa ideologia como ação da prática pedagógica no mecanismo ensino aprendizagem, agora transferida para o mundo real, pensam suas ações como lógicas na perspectiva da própria racionalidade transmitida pedagogicamente, como ações normais.
Fundamentadas ao desenvolvimento sem entender que é um aparelho ideológico do mercado de trabalho a favor do capitalismo liberal.
Nesse sentido que a pedagogia nova orientada na ação da prática da ação vigiar e punir, não são apenas conservadora politicamente, mas discriminadora socialmente.
Retira do cidadão qualquer ação libertadora na ação da construção da liberdade cultural. Em síntese uma pedagogia que necessariamente deverá ser superada por ser apenas um instrumento político de domínio de classe, leva aceitação pacífica do servilismo.
Edjar Dias de Vasconcelos.