CONFISSÃO DO POETA
“Aos poetas sonhadores”
Sou poeta e me confesso
Das minhas exultações
Com sentimento disperso
Navego por emoções.
Sou poeta e reconheço
Ser tão pouco entre os demais
Pois cada dia recomeço
Outras metas desiguais.
Sou poeta e considero
Ser diferente na verdade
Mas ao sê-lo desespero
Nesta minha qualidade.
Sou poeta e me confirmo
Como poeta sonhador
Mas aceito e muito estimo
Doutros poetas o valor.
Sou poeta e me arrependo
Da minha triste vã glória
Por isso hoje me emendo
Dando a mão à palmatória.
Sou poeta mas quero ser
Igualmente um aprendiz
Outros poetas eu vou ler
Pra quebrar este verniz.
Doravante aceitarei
Haver poetas noutros trilhos
E dos seus poemas direi
Que os encaram como filhos.
Todas as flores são belas
E da natureza expressão
Quantas poesias singelas
Por certo também o são.
Da nobre poética o mundo
Tem horizonte sublime
O poeta sonhando fundo
A sua paixão exprime.
A Poesia é insondável
Cada poema é uma ternura
O seu crescer é admirável
E dá corpo à aventura.
Ao ser poeta sou diferente
Vejo as coisas com espanto
Todos os poetas são gente
E fazem poemas de encanto.
Cada poesia é uma arte
Tem sentido e tem momento
Se és poeta, comigo reparte,
Este mesmo sentimento!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA