Reflexão de Valtaire.
Voltaire.
O que disse Voltaire.
Certa vez refletindo.
Na mais absoluta.
Solidão.
Olhando para o infinito.
E vendo o brilho das estrelas.
Era noite.
Solitariamente.
Na cidade de Paris.
Em um mundo perdido.
Na ignorância.
Quando o filósofo.
Pronunciou a seguinte lógica.
A respeito da vida.
Do mundo.
E da natureza de cada coisa.
A concatenação.
Das finalidades.
Tristonhamente.
As moscas foram feitas.
Pela natureza.
Para serem comidas.
Pelas aranhas.
Mas as aranhas.
Não podem glorificar-se.
Seus próprios feitos.
Porque elas existem.
Apenas para serem.
Comidas pelas andorinhas.
Mas as andorinhas.
Não podem ser felizes.
Elas existem.
Para serem comidas.
Pelas pegas.
E as pegas.
Qual o motivo.
De suas existências.
Apenas para serem devoradas.
Pelas águias.
E motivo da existência das águias.
Elas vivem apenas.
Com a finalidade.
De serem mortas pelos homens.
E os homens.
Qual o motivo de suas existências.
Apenas para matar uns aos outros.
E faz isso através da defesa de seus privilégios.
Que são poderes constituídos pelo Estado.
Uma parte dos homens que são donos.
Do poder político.
Possuidores do próprio Estado.
Demais donos da sua força de trabalho.
Os precariados.
Mas os homens.
Que matam uns aos outros.
Qual a finalidade.
Para garantirem seus privilégios.
À custa de sacrifícios.
Dos desprotegidos.
Sem institucionalidade.
A morte dos homens.
Os homens que morrem.
Servem tão somente.
Diz Voltaire.
Para alimentar os vermes.
Sendo que os mesmos.
Reinam na terra.
Mas os vermes morrem.
Quando comem os homens.
Então qual a finalidade de tudo isso.
A não ser os vermes que morrem.
Entretanto, eles só morrem.
Quando matam os homens.
E comem.
Essa reação em cadeia alimentar.
Serve apena.
Para servir o domínio.
Dos que verdadeiramente matam.
Os homens.
Em defesa da vida dos vermes.
Edjar Dias de Vasconcelos.