O vazio

Deparou-se com o lugar vazio e estacou.

Podia jurar que havia deixado o carro ali,

mas não estava lá.

Algum pilantra o tinha roubado.

Será?

Andou mais alguns passos

e para sua surpresa,

estava o carro todo aberto

no meio da grande garagem.

Olhou em volta

prá ver se o criminoso ainda estava por lá.

Como não viu ninguém, foi até o veículo.

Entrou, ligou o carro e o conduziu para fora.

Que sorte. O criminoso não tinha conseguido roubá-lo.

Foi até a delegacia e registrou ocorrência.

Colocou uma nota no jornal do bairro

e fez postagens diversas nas redes sociais,

relatando o ocorrido.

Colocou um novo segredo no automóvel

e um alarme,

além de fazer um seguro do veículo.

Mas nada disso adiantou.

O vazio continuava na sua memória.

O bem não estava onde deveria estar.

A vaga do carro vazia na garagem

continuava na sua cabeça.

Não podia esquecer o susto.

Até que compreendeu

que o vazio não tinha nada a ver com o automóvel

O vazio estava na sua alma

E não havia nada que pudesse

preenche-la, nem completá-la.

Nem o carro.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 10/03/2014
Reeditado em 10/03/2014
Código do texto: T4723364
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