BRINCAR

Brincamos na infância
De faz de conta.
Imaginamos fatos
Criamos situações
Resolvemos pequenos problemas
Somos felizes.
Brincamos, brigamos, perdoamos.
Não guardamos rancores
Nem cultivamos mágoas
Porque nem conhecemos
Sentimentos degradantes
Temos um coração infante


Brincar na adolescência
Tem tom de zoação,
Provocação - bullying
Depreciação do colega
Que não quer pensar, agir, nem seguir
O grupo que o outro escolheu
Brincadeira perigosa
Que não traz gozo nem agrada a todos
E pode sim levar à morte
O que a princípio era só alegria, rebeldia..
Mas quando o amor vence a insensatez
As estratégias tendem a mudar
O amor tem poderes de encantar
E a vida redimensionar
Ele faz o coração disparar, o rosto vermelho ficar
Os hormônios em ação entrar.
Sinal que nova fase vai surgir
O faz de conta termina para o namoro iniciar
Que hoje se fala ficar
E depois de um pouco de tempo “namoridar”.


Brincar de faz de conta na fase adulta
É ato sério para ser analisado
É fugir das responsabilidades
Perder o crédito e a confiança
De quem se sentir lesado.
É se esquecer que o outro é gente
Tem sentimentos e podem ser afetados
Fazer o outro de bobo, imaginar que só você pode Ser,
Suficientemente esperto, para enganar sem ser enganado.
Você pode estar, hoje, numa posição confortável,
Mulher, carro, trabalho e ainda ser empresário.
Mas amanhã quem lhe garante, que não pagará
Pela roupa que sujou, pela reputação que denegriu?
Aquilo que você nem mais se lembra que fez,
Por se achar altivo, inatingível um super man, talvez.
Quando sua casa ruir, o dinheiro sumir, a falência chegar
Quem sabe se lembrará, do mal que causou àqueles
Que só a  amizade tinha para lhe ofertar?