A CAMINHO
Cilíndricos pilares de aço, frios e delgados
Elevam uma cobertura amarela e esguia
É ponto público de transporte do dia a dia...
Abrigando corações por demais apressados...
Os passos que ali se apresentam
Amparam-se em busca de condução
Muitas vidas em conflitos representam
A caminho do fim que as sustentarão...
As paredes transparentes daqueles abrigos
Não transparecem o que pensam os passageiros
Mas, na transparência de muitos olhos aflitos
Rogam abraços carinhosos e verdadeiros...
Com a lida da vida, os homens se embaraçam
No tempo implacável que as horas consomem
E nas dores do ontem, suas visões embaçam
Refletindo indiferença à estrutura feita pelo homem...
Pedindo que os tirem dali sem demora
De braços estendidos sinalizam à condução
No abrigo móvel cada um do presente deplora
Na incerteza do amanhã se todos existirão...
E quando vão e voltam ao abrigo de seus lares
O cansaço não permite refletir se a luta é vã
E aos seus leitos se entregam a sonos vulgares
Sonhando qualquer sonho a caminho do amanhã...
Autor: André Pinheiro
22/10/2012
Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros - Vol. 111 - Publicada em fevereiro de 2014 - Na Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE)