Fuga elegante

O vácuo do amor de onde poemas nascem

Na verdade é rarefeito, e não um vazio;

Afinal se nesses baixios os versos crescem,

Há um resquício de anseios como se fossem,

Chamas frágeis tentando resistir ao frio...

A carência se põe solícita, travessa menina,

Embora, nem sempre busque pelo espelho;

Se é vero quem muita coisa a solidão ensina,

Segue sendo venenosa, pois, cobra albina,

Melhora a aparência, mas, não vira coelho...

Cada gota de anseios em versos é resquício,

Do velho conflito entre sonho e realidade;

Que oferece loucuras várias em seu hospício,

Mas, o nosso poder de fogo é pra dar início,

Não arder resignado na fogueira da vaidade...

Sabemos que não há futuro em ser poeta,

Que no fundo, é um jeito elegante de fugir;

Saber o devir até nos faz um tanto profetas,

Mas, notável saber não tolhe escolha abjeta,

E o Supremo Tribunal, não me deixa mentir...