CICLO
Não...
Não é angústia
Não é ansiedade
Não é desengano
Não é decepção...
É apenas uma incoerência
É apenas um cálice, ora meio vazio
Ora meio cheio, ora transbordante...
Porém, se mais uma gota se lhe acrescentar
Incidirá subitamente aquele intenso transbordar
Ah! Que seja bem-vinda a lágrima caída
Sendo decisiva, expurgará o corpo e a mente
Em catarse, transbordante, pura e luminosa
Um cristal límpido, intenso e brilhante
Translúcido, cristalino reluzente!
Mas quando a taça sobeja, logo se esgota
Porém se o ser se esvazia, a dor se esvai
E no cálice que se exauriu completamente
A ambiguidade promove contínuo reparo
E principiam a gotejar novos momentos
Que vão, em um crescendo, transbordar
Restaurando um ciclo constante, um recomeçar...