PLATÉIA
PLATÉIA
A platéia é uma pandega!
O público prossegue seus hábitos,
Como se em casa estivessem.
Comportam-se como indivíduos.
Esquecem que em comunidade,
Somos comuns identidades.
Comportamos como unidade,
Numa toda complexa platéia.
Em que pese chegarem mais sedo,
Reservam as poltronas aos seus.
Falam ao celular com os filhos,
Empregada, cônjuges em viva voz.
De vez em sempre se levantam,
Aos acenos chamam os seus,
Cumprimentam efusivamente,
Aos abraços e beijos à vista de todos.
Quando o espetáculo esta pra começar,
Chegam os atrasados, querendo as reservas,
Como diz o meu amigo Aldo:
“Chegam atrasados e querem a janelinha”.
Ouvido o comunicado das proibições,
Fazem ao contrario, como autorizados,
Gravam e fotografam em seus celulares,
Atendem as ligações teimosamente.
Quando não, a tosse e papeis de bala,
Fazem a sonoplastias dos maus hábitos.
Sem falar nos aplausos inoportunos,
Nas circulações em plena encenação.
E como retrata a propaganda da TV a cabo,
Um diz ao outro pra mudar de canal,
Pedindo algo da geladeira, fazem prova,
Do desligado comportamento social.
Tenho saudades do Circo e picadeiro,
Os palhaços continuam se apresentando,
Não sob a lona da circunferência,
Mas sobre a platéia, camarote e balcão.
Chico Luz