Quiçá "O Lobo"
Vida - doída, um tanto bela
Tem cores tristes, e claro, vivas
Sol e chuva...
Lágrimas à luz de uma vela
Tem "o bom" e o sabor
Após um dia de trabalho
Na rotina da chegada...
Peço descanso e um abraço
E o coral de bem-te-vis
No meu telhado ouço
Em afinadas vozes
Num dia ensolarado
Depois, o sorriso da menina
Que admirada assiste
Ao baile mais lindo...
Sua primeira chuva de granizos
Há alegria nas manhã
Com aquele beijo
E uma xícara de café
Na paz da minha cama
Sei que nas horas de angústia e dor
Eu clamo e sou ouvida
Pelo bom Deus,
Nosso Senhor
Por isso, eu abro os braços,
Giro e canto
Não vislumbro o mundo
De uma janela
Eu piso a areia
Mergulho fundo
Ajudo quem eu puder
Cães e gatos, homem e mulher
E embora as mãos que tenho
Ainda não toquem o piano
Posso tocar com todo amor que há
Aqueles a quem eu amo
Naquele lado escuro do meu pensamento
Eu fujo, corro tanto, pra secar meu pranto
Lamento muito aquela infância...
O abandono, a solidão em abundância
Eu sei que cresci criança
Querendo colo
Eu sei, eu sei...
A segurança!
E sem querer, o medo vem
Do inconsciente, o sonho vem
Deve ser fantasia infantil
Quiçá "O Lobo".