Descoberta de um Trilho.
Descoberta de um Trilho.
Havia um trilho.
Recordo desse tempo.
A noite estava cheia.
De luz.
O céu parecia tão perto.
Os anjos voavam pelo campo.
Os deuses eram humanos.
A escuridão era imensa.
Um profundo silêncio.
Tocava na minha sensibilidade.
Poucas pessoas caminhavam.
Pelo o trilho.
Uma vez ou outra.
Despontava a luz de algum carro.
Nunca me esqueci dessa história.
Quantas vezes solitariamente.
Caminhei pelo trilho.
Tive que deixar aquele caminho.
A grande surpresa.
Descobri que o mundo todo.
É essencialmente composto por trilhos.
Durante a noite.
A luz das estrelas.
Iluminam suas curvas.
Vivi e adormeci.
Sob as voltas de tantos caminhos.
Alguns solitariamente.
Tão iguais ao primeiro trilho.
As noites se repetiram eternamente.
Como se fossem naturais à escuridão.
Até que um dia.
Descobri perdidamente.
O significado da existência dos trilhos.
Como se fosse à metáfora da construção.
De uma enorme caverna no deserto.
Essencialmente platônica.
Lá embaixo.
Existia um grande buraco.
Era a extensão da percepção do azul.
Um círculo muito pequeno.
Como se toda realidade fosse.
Tão some aquele cone.
Complexo demais pela extensão.
De quando em quando.
Passava um reflexo amarelo.
Como se fosse uma pétala de ouro.
Já tinha entendido tudo.
Percebido que o universo.
Não estava em expansão.
Um calor terrível.
Não existia refrigeração.
A grande pergunta feita.
A minha pessoa.
O mundo é de fato muito pequeno.
A realidade prende-se ao tempo.
A grande questão que ele mesmo.
Deseja interrogar.
A existência.
Não tem nenhuma nuança de referência.
Tudo que é isso aqui.
Qual a resposta mais substancial.
Apenas o reflexo do escuro.
Preso a uma realidade imaginária.
Como se existisse algo.
Além da caverna escondida.
O que existe dentro dela.
É a própria explicação.
Das diversidades dos trilhos.
Edjar Dias de Vasconcelos.