Fofocas

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Minha beleza em nada o atraiu.

Foi para outra que ele desferiu aquele olhar...

Que importa? Tenho o dom de inventar!

Meus olhos alaranjados de nada serviram.

Foram outras as cintilantes lentes que o impressionaram.

Que importa? Sei distorcer intenções.

Meus trejeitos de mulher pareciam retas inflexíveis!

Ele se derreteu foi por outra, de adocicada tenra idade.

Que importa? Somos amigas, ele me paga!

Meu licor, servido com graça, não surtiu efeito.

Ele não bebe – prefere, silenciosamente, observar.

Que importa! Direi que observa outras, todas nós!

Minha língua ferina precisa trabalhar sem demora.

Ele não pode beijar outras línguas – não sem esforço.

Isso importa! Acreditarão em mim, claro! Inventarei.

Iguatu-CE, 17 de fevereiro de 2014.

23h11min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 17/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
Código do texto: T4695626
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