Queria
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Queria entender os melindres e sentidos da palavra sempre.
Porque é do nunca que tenho vivido e me alimentado.
Queria entender a razão de todos os insondáveis medos.
Porque sinto a coragem se esvair por entre meus dedos.
Queria decidir para muito além dos meus limites corpóreos.
Porque a alteridade limita minha liberdade e meus voos.
Queria poder gritar não apenas com a força que tenho.
Porque sei que uníssonos bramidos refletem mais que um.
Queria não saber julgar e me enclausurar dentro da carcaça.
Porque sei que toda pedra lançada subjuga-se a si mesma.
Queria captar somente a luz que emana das nascentes.
Porque sei que as trevas contornam caminhos e nos atingem.
Queria aceitar a espera sem que a angústia me sufocasse.
Porque sei que a paciência submete o algoz sem piedade.
Queria dar adeus sem nenhum ressentimento, sem mágoas.
Porque sei que os descaminhos nos levarão a novos encontros.
Queria...
Por quê?
Iguatu-CE, 17 de fevereiro de 2014.
20h46min
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