MEMÓRIA
Nas águas do Capibaribe o reflexo do poeta sentado.
Diálogo inútil na muda boca talhada em matéria inerte.
Distância urbana marcada pelos caranguejos mortos.
Os que passam não dizem nada nem leram o que foi escrito.
A brisa murmura a última canção para o rio que passa.
Os tambores anunciam a memória do carnaval.
Morreu o poeta do frevo.
Mais um na praça dos homens silenciosos.
Recife, fevereiro 2014