MEMÓRIA

Nas águas do Capibaribe o reflexo do poeta sentado.

Diálogo inútil na muda boca talhada em matéria inerte.

Distância urbana marcada pelos caranguejos mortos.

Os que passam não dizem nada nem leram o que foi escrito.

A brisa murmura a última canção para o rio que passa.

Os tambores anunciam a memória do carnaval.

Morreu o poeta do frevo.

Mais um na praça dos homens silenciosos.

Recife, fevereiro 2014

Fátima Souza
Enviado por Fátima Souza em 16/02/2014
Reeditado em 24/07/2014
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