Ordem desunida

Poesia é meio como ordem unida,

Cada sentir e palavra no devido lugar;

O poeta exibe seu pelotão na avenida,

Qual criança no faz de conta da vida,

Embora séria a brincadeira de amar...

Se digo: “Direita volver” ao meu grupo,

Aceito apenas imediata obediência;

De vez, amor, sonho, solidão, apupo,

Miram na direção da qual me ocupo,

Pelo dever de mostrar continência...

Porém, essa hierarquia estremece

Sentir e falar não andam de braço;

desfaz a ordem quando isso acontece,

Ao brado, “marchem!” tempo obedece,

Mas, o amor segue marcando passo...

Aí o comando todo desce pelo ralo,

Meus “comandados” viram as costas;

O vitupério que me força a tragá-lo,

É soltar as rédeas do imaginário cavalo,

General de cera, não manda uma bosta...